quarta-feira, 17 de junho de 2015

Redução da maioridade penal: O regresso social

     
     

     Aqui, nestas poucas palavras, deixarei meu repúdio e minha indignação perante ao regresso social que estamos vivendo.Tenho certeza que a maioria de vocês têm acompanhado as redes sociais, os jornais e os demais meios de comunicação, à respeito da redução da maioridade penal.Mais uma vez ressalto meu repúdio, em saber que muitas pessoas veem isso como a solução de todos os problemas do mundo, como a alavanca que fará com que a violência seja diminuída.
     O que me deixa mais intrigada, é saber que vivemos em uma sociedade que alega a punição é o único meio de se evitar atos!Que engano, que lamúria, entro em luto pelo pensamento que alimenta mais ainda a aprovação desta lei.
     Querem tapar o buraco com a peneira, sem se importar com as consequências futuras, sem questionar se os resultados alcançados por isso serão positivos ou negativos, e afirmo, de positivo há somente o luto pelo abandono do verdadeiro objetivo do sistema carcerário.Restringir a liberdade de alguém, fazê-lo pagar multa ou fazer serviços comunitários para evitar que seus atos venham se repetir não trazem resultado algum, pois o que o impedem de tantas coisas se realizarem novamente?     Querem um exemplo clássico?Aqui vai: Um indivíduo, sabendo da necessidade do uso do preservativo para evitar a transmissão de doenças e evitar uma gravidez indesejada, resolve ter relações sexuais com sua parceira, que sem o uso, acaba engravidando.Passado algum tempo, o mesmo casal, mesmo ciente da necessidade de utilizar o preservativo e da gravidez indesejada que pode vir a ocorrer novamente, ignora totalmente.Ambos são exemplos que se coincidem e ambos são exemplos clássicos que vemos diariamente.
     Antes de eu expor minha opinião, apenas peço para que em momento algum, enquanto lê meu texto, utilize o termo pejorativo "bandido bom é bandido morto".
     O verdadeiro objetivo do nosso sistema carcerário é a ressocialização, o verdadeiro objetivo das fundações onde abrigam os jovens infratores, é a mesma: Ressocializar, poder devolver o indivíduo à sociedade totalmente ressocializado-por isso há o acompanhamento pedagógico e psicológico-, e não simplesmente o trancafiar e o abandonar, o entregar a marginalização, o condenar, o excluir, pois infelizmente é isso que ocorre.Sofremos uma transgressão de valores dentro de nossos falidos presídios.
     Aquela desculpa de que: "Tem consciência dos seus atos, sabe o que faz, sabe que é errado", são argumentos baixos, que não resolverão de nada, muito menos resolverão a questão de violência em nosso país, e o trancar, tratando-o como um adulto-mesmo que tenha tido atitudes que provem parecer ser-, ainda é uma criança, um adolescente que precisa de educação, precisa de orientação e precisa de oportunidade.E pode ter certeza, o que menos precisamos é de uma sociedade hipócrita que prega a paz e quer que tudo seja resolvido na base da violência, na base do desprezo, na base da pregação de falsos valores.
     A nossa solução é a educação, e não a redução.

Andreia Tonetto.

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