quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Conversa a duas: Além das estrelas, 4º capítulo

Capítulo IV
            No meio desta confissão, ela simplesmente parou de contar as primeiras lembranças de sua história, onde foi interrompida com a janela batendo forte na parede. No instante em que ela levantou-se para encostar as janelas, refleti em tudo aquilo que ela havia me dito até ai e fiquei pensando em cada noite de sono que ela já havia perdido só de pensar nele e me questiono: Será que ele também passou diversas noites em claro pensando nela?Onde estava aquele personagem principal que tanto falávamos?Talvez em breve eu descobrisse.
            Quando ela retornou ao sofá, vi uma imensidão toda dentro de seus olhos, talvez seja normal nos tele transportarmos para algum lugar qualquer quando nos afogamos nas lembranças mais doces que carregamos conosco. Apesar de seu olhar continuar vago, eu daria qualquer coisa para estar dentro de seus pensamentos e já descobrir todo esse mistério de uma vez só, em que eu estava sendo carregada aos poucos, com toda a força, como se houvesse uma maré forte me puxando para viver tudo aquilo.
            De alguma forma, eu imaginava que ás vezes o destino gosta de brincar mesmo com o rumo que tomaremos nesta vida. Engraçado como uma pequena palavra possa ser uma imensidão, no qual essa imensidão para alguns possa existir e para outros não, possa ter um significado e importância plena, como simplesmente não ser absolutamente nada. Mas o que mais conseguia me intrigar mesmo, era saber que era realmente possível duas pessoas se amarem tanto, de verdade, a ponto de nada mais importar, coisa que por um bom tempo, imaginava ser possível apenas em livros de romances em que tudo dá certo no final, conceito no qual mudou quando comecei a ouvir a história daquela senhora.

            Até então eu havia entendido que decepções passam que dar uma nova chance para nós mesmos é fundamental e se isolar do mundo, do sentimento, do amor por causa de uma queda era uma bobagem, pois pensar que as pessoas podem ser iguais em questão de ser humano é uma lástima. Se privar de um sentimento tão lindo por medo de sofrer não nos priva do sofrimento, nos priva apenas de vivermos tudo aquilo que o mundo nos dispõe, e fazendo isso, nos deparamos com a solidão, coisa que o ser humano mesmo inventou para se trancar em seu mundo egoísta e solitário.

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